A mais recente atualização do portal InfoCursos revela dados inéditos sobre taxas de conclusão, desistência e empregabilidade no Ensino Superior.
Dos mais de 51 mil alunos inscritos numa licenciatura em 2017/2018, apenas 45,6% concluíram o curso em três anos. Nos mestrados de dois anos, essa taxa desce para 29,7%. Os dados, agora atualizados no portal InfoCursos, são divulgados em vésperas do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior.
O portal calcula a taxa de conclusão no tempo previsto. De um total de 2735 cursos analisados, em 364 nenhum aluno terminou nos prazos estipulados, sendo que, desse universo, 91,2% dos cursos eram mestrados de dois anos e maioritariamente em instituições públicas. Em contraste, 22 cursos registaram 100% de conclusão no tempo esperado (17 mestrados, quatro licenciaturas e um CTeSP), embora com apenas um ou dois inscritos.
Nas licenciaturas, a taxa de conclusão em três anos foi inferior a 50%. Esta percentagem exclui estudantes Erasmus e transferências de curso ou instituição, que representaram 9,7% dos inscritos em 2017/2018. A taxa de desistência rondava os 9%.
Por áreas de formação, os cursos de Educação tiveram a taxa mais alta (63,7%), enquanto os de Tecnologias da Informação e Comunicação registaram a mais baixa (27,2%). Nas áreas com mais alunos, como Ciências Empresariais, Administração e Direito, a taxa foi de 45,8%. Considerando seis anos de percurso, a taxa global de conclusão sobe para 63,2%. A taxa mais alta foi em Ciências Naturais, Matemática e Estatística (40,9%) e a mais baixa em Artes e Humanidades (19,6%). Ao fim de cinco anos, a taxa de conclusão atinge os 53%. Nos mestrados iniciados em 2018/2019, apenas 29,7% dos 32.091 alunos concluíram no tempo previsto.
Nos CTeSP (Cursos Técnicos Superiores Profissionais), apesar da taxa de desistência ser a mais alta (28,1% em 2023/2024), 48,3% dos estudantes concluíram o curso em dois anos, uma taxa superior à das licenciaturas. Por sua vez, os mestrados integrados em Medicina destacam-se pela elevada taxa de conclusão: 82,5% no tempo previsto e 90,6% ao fim de nove anos.
Assim, há agora 87 cursos com taxa de desemprego nula (7,6% do total), quase o dobro face ao ano anterior. Destacam-se formações em Medicina, Direito e Física, sobretudo em instituições privadas (52%). Por outro lado, apenas 12 cursos têm taxas de desemprego superiores a 10%, menos nove do que no ano anterior, com predominância nas áreas de Educação Social e Serviço Social. A percentagem de recém-diplomados inscritos no IEFP está no valor mais baixo desde 2015: 2,4% no público e 2,5% no privado (valores que em 2015 eram de 8,6% e 12,7%, respetivamente).
O número de estudantes estrangeiros mantém-se em crescimento, especialmente nos mestrados de dois anos, onde representam 26,4%. Nas licenciaturas, estabilizou nos 13,2%, enquanto nos CTeSP caiu para 18,2%. Há 455 cursos sem qualquer aluno estrangeiro. No top 5 com mais internacionais, em quatro cursos os alunos estrangeiros superam os nacionais, três dos quais em Medicina Dentária, com destaque para a Universidade Fernando Pessoa, onde 76% dos inscritos são estrangeiros.
A taxa de desistência nos CTeSP aumentou para 28,1% em 2023/2024. Nas licenciaturas, a taxa estabilizou nos 11,2%, enquanto nos mestrados verificou-se uma ligeira subida para 15,9%. No que respeita à conclusão dos cursos, a média final nas licenciaturas ronda os 14 valores, subindo para 15 valores quando se consideram todos os ciclos de estudos. Destacam-se ainda dois casos de excelência académica: um aluno do curso de Matemática Aplicada e Computação do Instituto Superior Técnico e outro de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto concluíram com 20 valores.


