O projeto de requalificação do antigo cinema S. Geraldo e do edifício Pé Alado no centro da cidade será lançado a 7 de julho e a obra estará concluída em 2027.

A Câmara Municipal de Braga pretende candidatar parte do projeto de reabilitação do antigo cinema a fundos comunitários. A comparticipação poderá atingir os “oito milhões de euros”, adiantou a autarquia. De acordo com o presidente da câmara, Ricardo Rio, desta obra irá nascer o “Media Arts Centre”.

O tema voltou a estar em destaque na reunião do executivo municipal, após declarações de Ricardo Rio à Rádio Universitária do Minho (RUM), nas quais reconheceu algum arrependimento relativamente à decisão de travar o projeto anteriormente apresentado pela Arquidiocese de Braga para o espaço. O autarca considerou que o custo da transformação do edifício num Media Arts Center poderá revelar-se demasiado elevado para os cofres do município, ainda que veja mérito na solução.

O vereador socialista, Adolfo Macedo, lamentou que o presidente tenha “deitado para cima da oposição a dor de ver que um ato dele suscitou tantas críticas”, considerando que o “erro político” reside no “contrato, pelo tempo que a intervenção durou, que se traduziu em perda de erário público”.

O autarca recordou que “foram concretizadas as ações necessárias para que assim acontecesse com a celebração do contrato de arrendamento inicial dos dois edifícios que a Câmara Municipal concretizou”. No entanto, criticou o que descreve como uma mudança de atitude por parte dos mesmos que antes defendiam a intervenção: “a verdade é que ano após ano nós fomos confrontados com múltiplas críticas das mesmas pessoas que, no momento inicial, exigiram essa mesma ação, e que, depois, quando perceberam as consequências dessa opção, responsabilizaram o executivo”.

Admitindo os custos políticos do processo, Ricardo Rio declarou: “esse foi um custo político injustificado, daí tenha assumido que se calhar, se voltasse atrás no tempo, não teria assumido essa mesma opção”. Apesar das críticas e das dificuldades, o presidente da Câmara mantém uma visão otimista sobre o futuro do projeto: “Estou convicto que será um extraordinário projeto, que vai ter um grande impacto na cidade, na região, a nível nacional e até internacional”. E concluiu: “O projeto do S. Geraldo vai ser seguramente um projeto bandeira para a cultura bracarense”.