O edil bracarense criticou a falta de “lógica racional” que motivou a extinção da PPP e reforçou que as principais instituições locais queriam a continuidade do acordo.

O presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, considera que a “solução atual” de gestão do hospital da cidade é “pior” do que o anterior modelo de parceria público-privada (PPP). O autarca mostrou a sua “visão muito crítica” sobre a extinção do acordo em entrevista ao ECO.

Ricardo Rio afirma que “quer do ponto de vista do nível de serviço, quer do ponto de vista económico e financeiro, a PPP de Braga era um exemplo de sucesso”. Segundo o autarca, a qualidade do hospital era comprovada “não apenas pela perceção dos utilizadores”, mas por “muitos estudos independentes” de entidades “isentas”, como as academias e o Tribunal de Contas.

O autarca bracarense lamenta que a parceria tenha sido extinguida por razões “completamente doutrinárias”, no primeiro governo de António Costa, que teve o apoio de toda a esquerda parlamentar. “A flexibilidade que hoje existe na gestão do hospital é mais limitada do que aquela que existia aquando da PPP”, defende Ricardo Rio.

Ricardo Rio recorda que todos os agentes locais representados no Conselho para o Desenvolvimento Sustentável do Hospital de Braga – desde a universidade, a igreja, as estruturais sociais e as empresas – se mostraram a favor da continuidade da PPP. O órgão era presidido por Luís Braga da Cruz, ex-ministro socialista, que, segundo o autarca bracarense, também tinha uma posição “completamente favorável” ao modelo da parceria.

O presidente da Câmara é categórico: “obviamente, acho que a solução atual é pior do que aquela que nós tínhamos”. Ricardo Rio não vê “problema nenhum” no regresso da PPP desde que existam “mecanismos de controlo” do que estiver contratualizado com o prestador privado responsável pela gestão da unidade.

Ricardo Rio considera que a dependência do SNS da “contratualização de alguns serviços do setor privado”, que se acentuou desde a pandemia, é “curiosa” e “devia fazer refletir”. O autarca salientou o “investimento muito considerável” que o grupo CUF vai fazer no concelho, porque considerou “que estava passado o período de nojo pós-PPP”.