O PSD venceu na maioria das autarquias do Alto Minho pela primeira vez em 40 anos, após conquistar Caminha e Melgaço ao PS.
No passado domingo, os portugueses foram às urnas escolher os representantes dos seus concelhos e freguesias. No Alto Minho, votaram 148.971 eleitores, com a participação a subir de 59,99% para 63,81%. Este ciclo autárquico vai deixar o PSD como a principal força política no distrito, com 5 dos 9 municípios a laranja – o melhor resultado desde 1985.
O Partido Socialista voltou a ganhar as autárquicas na capital do distrito. Luís Nobre vai cumprir o seu segundo mandato como presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo após receber 42,76% – um valor abaixo dos 45% que almejou em 2021, mesmo conseguindo mais 900 votos. Paulo Morais, da AD – PSD/CDS recebeu 28,02% e não fez suar o PS, como esperava, enquanto Eduardo Teixeira manteve a vereação, com quase 15%. Recorde-se que este último concorreu pelo PSD, há 4 anos, mas, entretanto, desfiliou-se dos social-democratas e alistou-se no Chega, pelo qual foi candidato no domingo. Os socialistas mantêm a maioria absoluta no executivo, com 5 vereadores, mas não a almejaram na Assembleia Municipal.
A CDU sofreu uma derrocada, perdendo mais de metade dos votos – de 10% para 4,2% – e só manteve a junta da principal freguesia urbana do concelho, a União de Freguesias de Santa Maria Maior, Monserrate e Meadela. A IL conseguiu 2,68% e elegeu, pela primeira vez, um representante na Assembleia. O Bloco de Esquerda teve 2% e o ADN ficou-se pelos 550 votos, com 1,07%.
Quase 50 anos depois das primeiras eleições locais em democracia, Arcos de Valdevez vai continuar laranja. Olegário Gonçalves, que assumiu a Câmara há poucos meses após João Manuel Esteves ser escolhido como secretário de Estado, recebeu 8.600 votos (58,67%) – mais do que o seu antecessor recebeu há 4 anos. O PS caiu para 23,91% e vai ter dois vereadores perante os cinco do PSD. Luís Rocha, do Chega, recebeu 11,15%, mas não foi eleito, vendo o seu partido com cinco deputados municipais.
Liliana Silva é a nova presidente da Câmara Municipal de Caminha. A candidata da coligação “O Concelho em Primeiro” (PSD/CDS/PPM) derrotou, por 30 votos, o autarca socialista, Rui Lages, que assumiu funções em 2022. O Chega, com cerca de 7% dos votos e 1 mandato na Assembleia Municipal, impediu uma maioria da lista de centro-direita nesse órgão. A coligação também venceu mais juntas de freguesia.
Melgaço foi a grande surpresa da noite de domingo no Alto Minho: 43 anos depois, a AD – PSD/CDS ganhou as eleições autárquicas. José Albano Domingues venceu com 53% (2.729 votos) contra 40,8% (2.099 votos) de José Adriano Lima, do Partido Socialista, vereador do executivo municipal vigente. A coligação teve maioria nos órgãos municipais, Chega e CDU não elegeram nenhum representante.
António Barbosa conquistou o terceiro e último mandato como presidente da Câmara de Monção. O autarca social-democrata foi reeleito com 66,47% dos votos, elegendo 6 dos 7 vereadores do executivo municipal, onde a candidata do PS, Sandra Caldas, será a única representante da oposição. O Chega conseguiu dois mandatos na Assembleia Municipal.
O Partido Socialista somou a 13ª vitória autárquica consecutiva em Paredes de Coura. Tiago Cunha vai-se estrear como presidente da Câmara Municipal após ter somado mais de 3.400 votos (61,39%). Emília Cerqueira, candidata do PSD e ex-deputada à Assembleia da República, ficou-se pelos 25,74%. O Chega foi a terceira força política na eleição camarária, mas não concorreu para a Assembleia Municipal, onde a CDU conseguiu um mandato.
Em Ponte da Barca, Augusto Marinho venceu o seu último mandato à frente da Câmara. O autarca social-democrata derrotou o seu antecessor, o socialista Vassalo Abreu, que governou de 2005 a 2017 e tentava um regresso à liderança do Município. O atual presidente recebeu 56% dos votos dos barquenses, enquanto o PS se ficou pelos 29%. Com um e dois mandatos, respetivamente, CDU e Chega conseguiram eleger na Assembleia. Augusto Marinho tornou-se o autarca mais votado de sempre em Ponte da Barca, concorrendo apenas por um partido.
O CDS-PP segurou o seu maior bastião autárquico. Vasco Ferraz venceu em Ponte de Lima pela segunda vez, reforçando a maioria nos órgãos municipais. O autarca centrista recebeu 53,06% e mais de 15.000 votos, elegendo 5 vereadores. Na Câmara Municipal, com 1 representante cada, ficou o movimento independente “Ponte de Lima Minha Terra” (PLMT), que obteve quase 15%, e o PSD, logo atrás, com 14,37%. O PS obteve o pior resultado autárquico de sempre no concelho limiano, com 3,9%. Os socialistas, a Iniciativa Liberal e a CDU só ficaram representados na Assembleia Municipal.
Os eleitores de Valença reconduziram José Manuel Carpinteira para presidente de Câmara. O socialista foi reeleito com 59% dos votos, alcançando a maioria absoluta depois de roubar o Município ao PSD há quatro anos. Elisabete Domingues, do PSD, ficou no segundo lugar com 27,1% e o Chega, mesmo superando os 10%, só elegeu na Assembleia Municipal.
Rui Teixeira vai continuar à frente da autarquia de Vila Nova de Cerveira. Depois da primeira vitória em 2021, o socialista foi reeleito com 59,02% (3.466 votos), quase o dobro de Aristides Mendes, do PSD, que recebeu 30%. Com 6,79%, o Chega só conseguiu representação autárquica na Assembleia Municipal.


