The Long Walk: O Desafio, adaptação da obra de Stephen King, tem como premissa 100 adolescentes inscritos num concurso que consiste numa longa caminhada, onde as regras são muito simples e claras: manter uma velocidade aproximada de seis quilómetros por hora e não parar de caminhar. Quem não cumprir estas regras é avisado e após receber três avisos numa hora, é morto a tiro à frente de todos os outros participantes. O último jogador ganha o que quiser para o resto da vida, sendo esse o prémio deste jogo doentio.

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Embora o género seja terror, o filme realizado por Francis Lawrence, não é aquela típica história de horror. O terror neste filme é trabalhado a nível psicológico e surge à medida que as pessoas são eliminadas, visto que o espetador apercebe-se que está cada vez mais perto o momento das suas personagens favoritas morrerem ou ganharem. É esse sentimento ansioso e inquietante que percorre a mente do público durante grande parte do filme.

A narrativa da longa-metragem deixa quem assiste preso. No entanto, é um pouco previsível, visto que quando alguma personagem tem algum tipo de destaque e o seu background é aprofundado, imediatamente a seguir essa personagem morre.

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Num filme em que a premissa é as personagens morrerem, é extremamente importante as personagens serem cativantes e chamarem a atenção do público, só assim é gerado um sentimento angustiante face ao destino das mesmas. Mesmo com a história previsível, sem dúvida que as personagens carismáticas fazem a narrativa funcionar, já que o espetador fica apegado, principalmente aos protagonistas: Raymond Garraty e Peter McVries interpretados respetivamente por Cooper Hoffman e David Jonsson. Ambas as personagens têm motivos válidos para estarem naquele jogo, o que permite uma fácil identificação com o público, que fica compadecido para com elas.

Relativamente à sonoridade, há um predomínio dos sons naturais e até por vezes repetitivos, o que era necessário para reforçar a ideia de desgaste das personagens, o que também se alia a uma realização mais intimista de Lawrence, mas que vai construindo a tensão ao longo de todo o filme. Como tal, a realização e o som do filme são dois elementos muito bem executados que constroem o sentimento geral da obra.

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The Long Walk: O Desafio não é um terror convencional, ainda assim consagra-se como um bom filme que tem como pontos positivos a realização, sonoridade, atuações, boas personagens, mas marcado por um argumento previsível que curiosamente consegue construir bem a tensão, algo que é mérito das suas personagens e realização.